Meditação e Metacognição
Meditação e Metacognição
Como garimpeiro, nós sempre procuramos as melhores linhas de pensamento para entender o que é e onde se apoia a Metacognição. Em minha estante tem um livro com o título "Introdução ao Budismo", não lembro quando comprei, faz tempo... Nele tem um capitulo sobre a mente e sua tradução remonta há 624 a.C.
Nesta tradução consta que o pequeno Sidarta, durante sua infância, aprendeu sozinho todas as artes e ciências tradicionais, sem que fosse preciso receber instruções. Consta também que o mesmo conhecia 64 línguas e seus alfabetos e mais importante era muito habilidoso com matemática. Na academia aprendeu artes marciais e o uso de armas como espada e arco.
Porém o príncipe Sidarta, dizia " Com o arco da concentração meditava, arremessarei a flecha da sabedoria e matarei o tigre da ignorância dos seres vivos".
Sidarta chamou seu estagio evolutivo de Dharma, que é um método supremo para melhorar a qualidade da nossa vida humana. Que tem como ponto focal o desenvolvimento interno do ser: inteligência, felicidade e harmonia.
O que tento refletir aqui, é que o velho é tão novo que nós acadêmicos não olhamos para o passado e vemos que muitos já falavam de metacognição e já atingiu a Dharma supremo, isso há mais de 2600 atrás.
Então o que Buda falava da mente e como entendê-la?
Ele disse que tudo depende da mente. Para compreender esse ensinamento precisamos segundo ele, primeiro entender a natureza e as funções da mente. A principio, isso pode parecer fácil, como pensei. visto que todos nós temos uma mente e sabemos em que estado ele se encontra - se está feliz ou triste, clara ou confusa e assim por diante. Contudo, se alguém nos perguntasse qual é a natureza de nossa mente e como ela funciona, é provável que não soubéssemos dar uma resposta precisa, aproximado, ou qualquer resposta valida para nossa mente. Isso indica que não temos uma compreensão clara da mente.
Alguns pensam que a mente é o cérebro ou qualquer outra parte ou função do corpo, mas isso é incorreto. O cérebro é um objeto físico que pode ser tocado é tangível, pode ser fotografado, cortado, submetido a uma operação cirúrgica. A mente, por outro lado, é intangível, não é material. Ela não pode ser vista com os olhos, nem fotografada, tão pouco removida cirurgicamente. Portanto, o cérebro não é a mente, mas apenas parte do corpo.
Não há nada no corpo que se compare a mente, pois segundo Buda são entidades diferentes. Por exemplo, às vezes nosso corpo esta descontraído e imóvel e a mente a pleno vapor de suas atividades, pulando de um objeto a outro sem parar. Isso indica que copro e mente não são a mesma entidade.
Se a mente não é o cérebro nem outra parte do corpo, o que ela é? A mente para Buda, é um continuum sem forma, que tem como função perceber e entender os objetos. Como ela é, por natureza, algo sem forma ou incorpórea, não pode ser obstruída por objetos físicos.
Olha o exemplo que Buda deu para diferenciar mente e corpo como entidades distintas:
"O corpo, por exemplo não pode atingir uma estrela no seu, sem um meio que o leve até lá; mas a mente fará isso num instante toda vez que pensar nessa estrela".
Conhecer e perceber objetos constituem a função própria, ou incomum, da mente. Embora possamos dizer " eu conheço isso ou aquilo", na realidade quem conhece é nossa mente. Só conhecemos as coisas usando nossa mente.
Buda classificou a mente em três grandes tipos: o que ele chamou de densa, sutil e muito sutil. Para ele (Buda), mentes densas são consciências sensoriais, como auditiva e a visual, e todas as delusões fortes, como raiva, inveja, apego e a forte ignorância do autoagarramento. Para Buda, essa mentes densas estão relacionadas aos ventos interiores densos e são facilmente reconhecidas. Quando dormimos ou morremos, nossas mentes se dissolvem internamente e as sutis tornam-se manifestas.
Segundo Buda, é muito importante ser capaz de distinguir entre estados mentais agitados e pacíficos. Os estados mentais que perturbam nossa aprendizagem e paz interior, tais como raiva, inveja e apego desejoso, são denominados delusões. Eles são as principais causas de todo nosso sofrimento e falta de aprendizagem. Talvez pensemos que nosso sofrimento e falta de aprendizagem são provocadas por outras pessoas, pela falta de condições materiais ou seja pela sociedade, mas os verdadeiros causadores dessa falha são nossos próprios estados mentais deludidos.
A essência da pratica de Dharma consiste em reduzir e, por fim erradicar totalmente nossas delusões, substituindo-as por estados mentais pacifico e virtuosos. Esse é o principal objetivo do treino da meditação. As mentes sutis estão relacionadas aos ventos interiores sutis e é mais difícil reconhecê-las. Durante o sono profundo e no final do processo de morte, os ventos interiores se dissolvem no centro da roda-canal do coração, dentro do canal central; então, a mente muito sutil, a mente de clara-luz, tornar-se manifesta. Ela está ligada ao vento interior muito sutil e reconhece-la é extremamente difícil. O continuum dessa mente não tem começo nem fim. É a mente muito sutil que passa de uma vida para a outra e , se for purificada pelo treino e meditação, poderá ser transformada na mente onisciente de um iluminado. Metacognição, autoregulação e autonomia de aprendizado existindo num ambiente motivacional que é a Meditação.
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